PREFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO

Em 1976, no prefácio da primeira edição, Neyza e eu emitimos conceitos que o tempo endossou, defendemos opiniões que foram aceitas em grande parte e, entre ideias gerais e sugestões específicas, propusemos que este dicionário fosse uma obra aberta, de autoria múltipla, instrumento de utilidade tão permanente quanto possível, através de periódicas atualizações.

Esta segunda edição, quase duas décadas depois, concretiza tal aspiração de continuidade. As imperfeições mais notórias do nosso texto foram corrigidas, muitas de suas lacunas foram preenchidas, seu formato simplificado. Sem desculpas tardias, cabe dizer que pagávamos, então, o preço de certo pioneirismo, o ágio de alguma pressa, os juros de eventuais especulações sobre o futuro das mídias.

A presente edição é necessariamente mais ambiciosa e, portanto, mais abrangente. Além de corrigir e atualizar alguns verbetes que a teoria matizou e/ou a prática alterou, o novo texto aprofunda a intenção pedagógica original e alarga o campo da disciplina da mídia. Termo, aliás, que tivemos a coragem de grafar desta maneira – mídia – afrontando, mais que enfrentando, uns purismos já então descabidos, ajudando a estabelecê-lo amplamente.

Repare como soa estranho hoje, ainda, ler e ouvir “os media”, com e aberto, às vezes em negrito, itálico etc. ou as longas expressões “os meios de comunicação”, “os profissionais de media” (leia-se mídia) etc. A presente revisão do texto, tal como propúnhamos, fez-se a várias mãos, que conquistaram o direito da co-autoria, mais que o da simples colaboração. Damos assim as boas-vindas aos novos parceiros.

Em caráter pessoal, o parceiro masculino original se coloca hoje numa posição de obscura raiz desta obra, de matriz conceitual, cedendo espaço a especialistas atuantes, passando à mera condição de participante de um trabalho de equipe.

Esperamos todos que este livro mereça a recompensa do esforço de sistematização que exigiu: que seja consultado pelos profissionais e pelos estudantes a que se destina, e pelos curiosos.

Não é texto de lazer, de expressão de satisfação pessoal de seus autores. Pretende ser, mais – ou menos – que um livro de texto, uma útil e necessária obra de referência. É intenção dos editores, futuramente, tornar esta obra acessível por outros meios, através, digamos, de outra mídia. Seus autores também apreciam a ideia, e desde já agradecem a atenção de leitores, espectadores e acessadores.

São Paulo, julho de 1996.